Quem é o Nietzsche do Nietzsche?

 

Kátia Rose Pinho,

doutoranda em Poética,

Programa de Pós-Graduação em

Ciência da Literatura, da UFRJ.

 

 

Resumo: O presente estudo põe-se como uma reflexão acerca do triângulo criação-criador-criatura, a partir da passagem Do caminho do criador, do livro Assim falou Zaratustra , de F. Nietsche, norteada pela exortação de Píndaro na segunda ode Pítia, “vem a ser o que tu és”.

Palavras-chave : poesia, pensamento, criação.

 

O título soa como uma provocação, uma paródia ao ensaio heideggeriano Quem é o Zaratustra de Nietzsche? Talvez até seja, dependendo de como se vê, se pensa... Uma perguntinha vagabunda! Poderão ainda dizer. Talvez. Mas... nem tanto. Toda irrelevância pressupõe por si só a relevância. No entanto, ao se ater apenas ao prefixo negativo, se esquece a positividade que lhe possibilita a condição de ser negativo. O que se quis dizer ao se perguntar ‘Quem é o Nietzsche do Nietzsche?' Nada. Uma provocação sucitada pela questão colocada por Martin Heidegger (2002). Então, desprovida de sentido, não deveria ser nem elaborada quanto mais prolatada! Quiçá, quiçá, quiçá...

“Quem é o Zaratustra do Nietzsche?” Quem formulou a questão também não respondeu. Não há respostas. Mas por quê o do Nietzsche? Para que não se confunda o profeta do livro com o da doutrina zoroastrista? Pode ser. Quem é, porém, Nietzsche? Será ele, e não o Zaratustra, o enigma? Não se deve falar de Nietzsche, nem de Zaratustra, pois como este diz em A vontade amesquinhadora (NIETZSCHE, 2006:204): “Todos falam de mim, quando, à noite, estão sentados em torno do fogo, ? falam de mim, mas ninguém pensa, ? em mim!”. Falar remete a um não-dizer e, portanto, não condiz com pensar, visto que pensar diz cuidar e se opõe àquela ação, como explicita a negação através do pronome indefinido ninguém. Por outro lado, deve-se notar as palavras: Todos falam de mim... mas ninguém pensa, ? em mim . Pouca importância se dá às preposições e, no entanto, elas conferem uma dimensão especial ao que se diz. Falar de supõe exterioridade, tal como falar sobre, acerca , a respeito de , e se obsta, de certa maneira, a pensar em , que implica um duplo e concomitante movimento: o de pensar, ação que se realiza no desdobrar do movimento em direção ao outro . Enquanto movimento em direção ao outro, o pensamento consuma-se no trazer à tona o outro que emerge a partir de si, do seu dito, principalmente quando se está em presença de um pensador, ou melhor, da obra de um pensador, deixando-se conduzir não apenas por ela mas a partir dos caminhos possíveis que ela viabiliza. Permitir-se à obra implica dispor-se ao recolhimento de um dizer, e que dizer é este? Como se dá? Talvez o percurso a seguir se delineie na passagem Do caminho do criador (NIETZSCHE, 2006: 89-91):

Do Caminho do Criador

 

Queres, meu irmão, refugiar-te na solidão? Queres procurar o caminho de ti mesmo? Detém-te mais um pouco e escuta-me:

"Quem procura, facilmente se perde a si mesmo. Todo isolar-se é culpa”, assim fala o rebanho. E, durante muito tempo, pertenceste ao rebanho.

A voz do rebanho ainda ecoará também em ti. E , quando disseres: "Não tenho mais a mesma consciência que vós", as tuas palavras serão lamento e mágoa.

Mas vê: essa mesma mágoa ainda foi gerada por aquela consciência; o derradeiro vislumbre dessa consciência ainda arde na tua angústia.

Queres, porém, seguir o caminho da tua angústia, que é o caminho no rumo a ti mesmo? Mostra-me, pois, que tens direito e força para tanto!

És uma nova força, um novo direito? Um movimento inicial? Uma roda que gira sobre si mesma? Podes, também, obrigar as estrelas a girarem a teu redor?

Oh, há tanta cobiça das alturas! Há tantas crispações dos ambiciosos! Mostra-me que não és dos cobiçosos nem dos ambiciosos!

Oh, há tantos grandes pensamentos que não obram mais do que um fole: produzem vento e tornam mais vazio.

Dizes-te livre? Teus pensamentos dominantes, quero ouvir, e não que escapaste de um jugo.

És tal que tinhas direito a escapar de um jugo? Há os que, ao deitarem fora sua condição de servos, deitaram fora seu derradeiro valor.

Livre de quê? Que importa isso a Zaratustra? Mas claramente deve teu olho informar-me: livre para quê ?

Podes dar a ti mesmo o teu mal e o teu bem, e suspender a tua vontade por cima de ti como uma lei? Podes ser o teu próprio juiz e vingador da tua lei?

Terrível é estar a sós com o juiz e o vingador da própria lei. Assim uma estrela é arremessada no espaço vazio e no gélido respiro da solidão.

Hoje, ainda sofres dos muitos, tu, que és um; hoje, ainda tens toda a tua coragem e as tuas esperanças.

Mas, algum dia, sentirás o cansaço da solidão, algum dia sentirás a tua altivez dobrar-se e a tua coragem ranger os dentes. Algum dia gritarás: "Estou só!"

Algum dia, não mais verás o que em ti é elevado, mas verás perto demais o que é baixo; a tua própria excelsitude te fará tremer como se fosse um fantasma. Algum dia, gritarás: "Tudo é falso!"

Há sentimentos que querem matar o solitário; se não o conseguem, eles mesmos, então, devem morrer! Mas és tu capaz disto: ser um assassino?

Já conheces, meu irmão, a palavra "desprezo"? E o tormento da tua justiça em ser justa com os que te desprezam?

Muitos compeles a reformar o seu juízo a teu respeito; disto eles te fazem grave imputação. Chegaste perto deles e, no entanto, passaste além; isto não te perdoarão nunca.

Tu os sobreexcedes; mas, quanto mais alto sobes, tanto menor te vê o olho da inveja. Mais que todos, porém, é odiado quem voa.

"Como pretenderíeis ser justo para comigo! - deves dizer. - “Escolho a vossa injustiça como o quinhão que me cabe.”

Injustiça e lama atiram contra o solitário; mas, meu irmão, se queres ser uma estrela, nem por isso deves brilhar menos para eles!

E guarda-te dos bons e dos justos! Eles gostam de crucificar os que inventam a sua própria virtude ? odeiam o solitário.

Guarda-te, também, da santa simplicidade! Para ela, tudo é ímpio, aquilo que não é simples; e gosta, também, de brincar com fogo ? o das fogueiras.

E guarda-te, ainda, dos arroubos do teu amor! Por demais rápido é o solitário em estender a mão a quem encontra.

A muita gente não deves dar a mão, mas, sim, somente a pata; e quero que a tua pata tenha, também garras.

Mas o pior inimigo que podes encontrar será sempre tu mesmo; tu mesmo estás à tua espreita em cavernas e florestas.

Solitário, percorres o caminho no rumo de ti mesmo! E teu caminho passa por ti mesmo e pelos teus sete demônios!

Herege, serás para ti mesmo, e feiticeiro e vidente e doido e céptico e ímpio e celerado.

Arder nas tuas próprias chamas, deverás querer; como pretenderias renovar-te, se antes não te tornasses cinzas!

Solitário, percorres o caminho de quem cria: um deus, queres criar para ti, tirando-o dos teus sete demônios!

Solitário, percorres o caminho de quem ama: ama-te a ti mesmo e, por isso, te desprezas, como sabem desprezar somente os que amam.

Criar, quer o que ama, porque despreza! Que sabe do amor quem não teve de desprezar, justamente, aquilo que amava!

Vai para tua solidão com o teu amor, meu irmão, e com a tua atividade criadora; e somente mais tarde a justiça te seguirá capengando.

Vai para tua solidão com as minhas lágrimas, meu irmão. Amo aquele que quer criar para além de si e, destarte, perece.?

Assim falou Zaratustra.

 

Desde o título, esta passagem chama atenção porquanto tratará acerca, a respeito de O caminho do criador. Observe-se que não se trata de qualquer caminho, mas Do caminho do criador , entretanto, pergunta-se: em sobre qual dos termos deve recair a ênfase? Sobre Do, sobre caminho ou sobre criador ? Se se der atenção à preposição, se estará a esperar um modo de fazer ou uma fórmula que dimensione o caminho do criador. Todavia se poderá dizer que a ênfase recai sobre caminho , contudo, inequivocamente se deverá ter em conta que é caminhando que se faz o caminho e, quem caminha se não o criador ? Ao mesmo tempo em que é proveniência do caminho, o criador é, também, o que se gera a partir do caminho. Se não se pode pensar caminhante sem caminho, não há como se pensar caminho sem caminhante, visto que este se con-suma nas marcas que deixa, melhor dizendo, na própria experienciação de ser-caminhar. Quiçá se devesse dizer experienciação do caminho, porém se quer atentar para o que faz com que as coisas sejam o que são e elas são sempre a partir de uma ação, de um movimento do Ser que nos chega através da palavra, daí que se diga ser-caminhar em lugar de caminho.

A passagem do título ao texto em si não se faz sem expectativas, sugere ou leva a pensar que se apresentará algo e de como se deverá fazer para chegar a este algo, qual posologia encontrada em qualquer bula de remédio. Se observará, acertadamente, que se trata da fala de um porta-voz, de um anunciador, o que inquieta mais ainda pois este anúncio que leva ao caminho do criador virá, ou deverá vir, revestido de indícios quanto ao que seja necessário à criação. Mas… Não se resume, por ventura, a fala de Zaratustra ao que já disse Píndaro? “Vem a ser o que tu és!” (apud FOGEL, 1999: 175). Lesmem-se os passos, visto que o açodamento a tudo obscurece! Em que consiste, então, este discurso Do caminho do criador ? Ausculte-se o poema 23, de Alejandra Pizarnik (2001: 125):

 

una mirada desde la alcantarilla

pude ser una visión del mundo

la rebelión consiste en mirar una rosa

hasta pulverizarse los ojos

Tanto quanto o discurso de Zaratustra, o poema de Alejandra Pizarnik diz o mesmo. Nenhuma novidade! Poeta e pensador sempre dizem o mesmo, só que diferente! Zaratustra apresenta o caminho que deve seguir todo criador enquanto aquele que “recupera” a si e desde esta “recuperação”, emirja criação. A poetisa portenha, por sua vez, pulveriza-se na criação, abdicando de ser o outro de si mesmo, o poema, sendo tão somente sua condição de Ser: poeta desde o poema, ou seja, criador desde a criação. Ambos colocam a questão da criação como condição de presença no mundo, alheia a toda mitificação acerca das condições propícias à criação e à con-formação, a partir dela, do criador. Talvez seja este o ponto nevrálgico de ambos os textos, o de Zaratustra e o de Pizarnik: a ruptura com aquilo que se pré-concebe como sendo criador em detrimento da criação como um acontecer, como vida se fazendo imprecisa e por isso mesmo criação do Nada e desde o Nada, cuja dimensão não se reveste de negatividade, mas de possibilidade e, por isso mesmo, passível de realizar a liberdade de vir a ser o que deve e precisa ser: criação-criador-criatura.

Como, porém, realizar esta liberdade? A partir de quê ela se institui? Traz consigo o homem a condição de ser liberto e de se manter em liberdade plenamente, de tal modo que se possa livre? Não traz esta liberdade amarras que condicionam sua presença no mundo? Tantas perguntas! E apenas se está a tangenciar o que se deve abordar: a liberdade! Não é todo homem, livre? Aparentemente, sim! Contudo, o gozo pleno do que se compreende por liberdade implica em solidão, solidão que não se reveste de um solipsismo desajeitado. Em que consiste, pois, esta liberdade e, conseqüentemente, a solidão aludida? É estar livre, afastado dos compromissos, das regras sociais? É mais que isto! É ser vadio e pedinte! Mas...

 

Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:

É estar ao lado da escala social,

É não ser adaptável às normas da vida,

Às normas reais ou sentimentais da vida ?

Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,

Não ser pobre a valer, operário explorado,

Não ser doente de uma doença incurável,

Não ser sedento de justiça ou capitão de cavalaria,

Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas

Que se fartam de letras porque têm razão para chorar lágrimas,

E se revoltam contra a vida social porque têm razão para isso supor.

 

(…)

 

Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,

Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:

É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,

É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, isso é que é ser pedinte.

(PESSOA,1965: 414)

 

 

Ser vadio e pedinte não é, pois, seguir o caminho anunciado por Zaratustra, ou melhor, já não é ser-caminhar? Nesta perspectiva e, perpassado por ela, não está o poeta em solidão e silêncio perfazendo o âmbito configurador do acontecer, ou seja, do experienciar da criação no seu acontecer, o que equivale a dizer que se faz angústia pela possibilidade vir-a-ser? Ser vadio e pedinte diz o estar lançado na angústia de ser em liberdade, isto é, evidencia a dor que perpassa, atravessa o criador no percurso de seu fazer, sem amparo ou guarida, qual nervo exposto, para que ao fim possa dizer: … “sou lúcido. / Nada de estéticas com o coração: sou lúcido. / Merda! Sou lúcido” (PESSOA, 1965: 414). Ser lúcido, trazer-se pleno de luz e, cego de tanto ver! E, em sendo assim, cego, vislumbrar-se além da finitude, e, desde então, realizar o salto, mais não seja que o “salto no abismo” de que fala Heidegger (1973: 381), o que lhe garante a condição de estar na liberdade de uma solidão per-feita, isto é, “ a solidão que é perfacção ou a per-feição ( entelécheia ) de liberdade e identidade ? conquista do próprio no co-nascimento com o mundo, na participação ou vir-a-ser de tudo que é” (FOGEL, 1999: 204). Este movimento realizante, o salto, permite a apropriação do instante, da fundação de um momento em que se articula criação-criador-criatura, momento este de escuta e obediência, ou de silêncio e solidão, para poder-ser o que precisa ser e assim reatar o que foi, é e será a origem de seu modo próprio de ser. Anda-se em círculos? Talvez. A possibilidade de poder-ser retorno ao princípio, ao originário e resgatar o começo como instante de experienciação do real faz lembrar Riobaldo (ROSA, 2006:66), quando diz que “o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. O atravessamento, a travessia é passagem para o que sempre se deu e espera em repouso e, portanto, funda o âmbito de um acontecer, ou como se gosta de dizer, da acontecência (experienciar do acontecer) da criação, e a partir daí perfaz o criador no comum-pertencimento que lhe confere identidade, instaurando sua presença, ou pertencimento, desde a criação na criatura, na obra.

Desse modo, o que se anuncia a partir de (e como) o caminho do criador é a realização do real enquanto destinação, tarefa de quem se sabe desde e naquilo que é necessário e, diria o prof. Fogel, inútil: ser o que é a partir de si, engendrando-se e reengendrando-se na circularidade de vir-a-ser o que é e precisa ser: Vida/Criação. Esta perspectiva, entretanto, evidencia o homem enquanto falta, e, portanto, como aquele que necessita empenhar-se no seu fazer, no tomar a si a responsabilidade de realizar-se, pro-duzindo-se, e-ducando-se, lembra-se que a etimologia da palavra educar, diz levar para fora, criar; de modo que ser-no-mundo seja sempre e, precisamente, poiésis , isto é um exercício poético a ser efetuado pelo próprio homem sem as considerações alheias, ou como diria Zaratustra, olvidando a voz do rebanho, porquanto a tarefa diz respeito à propriedade do que é próprio: “vem a ser o que tu és”.

A pergunta-título deste ensaio, Quem é o Nietzsche do Nietzsche? , despe-se, pois, da jocosidade, do deboche para fazer refletir sobre o criador, que em sendo tal como deve ser, aparta estudos biográficos e explicações psicologistas e re-vela-se na sua obra, poieticamente. Saber quem é o Nietzsche do Nietzsche satisfará sempre e, muito, àqueles que não sabem auscultar. Pouco importa saber quem é o Nietzsche do Nietzsche! O que importa e comporta, sim, é o mundo pleno de possibilidade de cada teia tecida com os fios de um pensamento sutilmente crítico, cuja acuidade é sempre e a cada vez o experienciar da vida na sua possibilidade máxima: criação. Talvez seja isto que subjaza ao aposto do título Assim falou Zaratustra : um livro para todos e para ninguém. Um livro para todos os que compreendem que viver é criar (-se) sempre e a cada momento, num movimento exaustivo, mas nem por isso inócuo: um rolar pedra; para ninguém, para os que procuram sentenças preciosas que caem como uma luva ao endosso de posições-senso-comum, uma justificativa, uma explicação casuística na evidente impossibilidade de empreender caminho próprio, isto é, vir a ser quem é e deve ser desde e em silêncio da mais perfeita solidão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

FOGEL, Gilvan. Da solidão perfeita : escritos de filosofia. Petrópolis: Vozes, 1999.

FOGEL, Gilvan. Conhecer é criar : um ensaio a partir de F. Nietzsche. São Paulo: Discurso Editorial; Ijuí: UNIJUÍ, 2003. (Sendas e Veredas).

HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Trad. Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel e Márcia S. C. Schuback. 2 ed. Petrópolis RJ:Vozes, 2002.

HEIDEGGER, Martin. Sobre o humanismo. Introd., trad. e notas Emmanuel Carneiro Leão, 2 ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995. (Col. Biblioteca Tempo Universitário, vol. 5).

HEIDEGGER, Martin. Conferências e escritos filosóficos . Trad. e notas Ernildo Stein. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Col. Os Pensadores)

HOUAISS, Antonio e VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa . Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

JARDIM, Antonio. Nietzsche e as questões da arte: do caminho do criador ao caminho do libertar-se. In: CASTRO, Manuel Antonio de (org.). A arte em questão : as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras], 2005.

PESSOA, Fernando. Obra poética . Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1965.

PIZARNIK, Alejandra. Árbol de Diana. In: Poesia completa . 2 ed., Barcelona: Lúmen, 2001.

NIETZSCHE, Friedrich W. Assim falou Zaratustra . Um livro para todos e para ninguém. Trad. Mário da Silva, 15ªed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

 

 

Vale-se aqui da diferença entre começo e princípio, apontada por Heidegger (2004:11): O começo é aquilo com que algo se inicia, o princípio é aquilo de onde se vem. (…) O começo cedo é deixado para trás, desaparecendo na continuação dos acontecimentos. O princípio, a origem, pelo contrário, evidencia-se primeiramente por entre os acontecimentos e só no fim destes está plenamente presente.

 

 

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